quarta-feira, julho 30, 2008

Caso Clínico 14/08 - Calcinosis cutis



Apresentou-se no Centro Veterinário de Estremoz uma cadela de raça teckel de 14 anos com um peso corporal de 9,6ooKg. A queixa do proprietário era a queda intensa do pêlo, obesidade e feridas espalhadas pelo corpo.
No exame físico foram observadas que as feridas tinham placas de cálcio na região subcutânea, revelando-se uma deposição de cálcio nestas feridas ao qual se dá o nome de Calcinosis cutis.
Este quadro, associado à conformação do corpo da cadela e falhas de pêlo, fazem suspeitar que se trata de hiperadrenocorticismo ( Cushing ). O dono não quis fazer os testes para despite da doença, mas sim tratar as feridas. No entanto começou o tratamento com cetoconazole, para além de antibiótico, antiinflamatórios enzimáticos e aplicação de pomada nas feridas ( sem cortisona).

Caso Clínico 13/08 - Míases em ferida


Apresentou-se no Centro Veterinário de Estremoz uma cadela de raça indeterminada com idade de 5 anos com peso corporal de 13 kg, de seu nome Mimi, com uma ferida perfurante na zona inguinal com míases - larvas de mosca.


A ferida foi desinfectada diariamente e colocado um repelente de moscas, bem como foi administrado antibiótico e anti-inflamatório oral.

Caso Clínico 12/08 - Ferida perfurante na zona do toráx

Apresentou-se no Centro Veterinário de Estremoz um cão labrador de 4 anos com 35 kg de peso corporal de seu nome Maricas, com história de ter estado fugido durante 10 dias e de apresentar uma ferida perfurante no toráx lateral esquerdo.
O Maricas foi tratado com uma pomada tópica e repelente de insectos ( de forma a evitar a deposição de larvas), antibiótico e antiinflamatório para casa. Registou-se uma boa evolução clínica do caso em 3 semanas, estando praticamente fechada a ferida sem ser preciso recorrer a cirurgia reconstrutiva.

1º visita


Com 2 dias de tratamento


Com 1 semana de tratamento

3 semanas de tratamento, está praticamente fechada

Caso Clínico 10/08 - Amputação de extremidade do membro (XI)





30/07/2008

sexta-feira, julho 25, 2008

As Crianças e os cães

O Centro Veterinário de Estremoz participou na Acção "As crianças e os cães", promovida pela Intervet-Sheringh Plough , no Externato D.Filipe em Estremoz.

Os temas abordados foram parasitas internos e externos e sua prevenção, uma forma desensibilizar e alertar as crianças para estes cuidados básicos importantes no tratamento do seu animal de estimação.


Esta acção contou com a presença do nosso director clínico Dr. José Carlos Cortes e o nosso Aux. Artur Roma. Ah! E teve a participação especial do Gaspar, o cocker spaniel do Aux. Artur Roma, que fez as delícias das crianças.

quarta-feira, julho 23, 2008

Site da Scalibor

Aconselho vivamente quem quiser saber mais sobre pulgas, carraças, flebotomos e leismanhiose que consulte este site. Está bastante engraçado e aborda bem os temas.
Para aceder a este site basta ir a www.scalibor.com.pt

sexta-feira, julho 18, 2008

Otites - sua origem e prevenção

As otites são inflamações dos ouvidos que podem ter várias localizações e, como tal, diferentes designações. Podem ser externas - quando atingem o ouvido externo ( compreendendo o canal auditivo até ao tímpano - zona do ouvido responsável pela captação das ondas sonoras); médias - quando atingem o ouvido médio (martelo, estribo e bigorna - zona de transmissão das ondas sonoras) e otites internas quando atigem o ouvido interno ao qual correspondem os canais semi-circulares e vestíbulo - zona de descodificação e interpretação dos sinais sonoros, sendo também uma zona importante na manutenção do equilíbrio.








Quais são os sinais clínicos de uma otite externa?



As otites externas são mais comuns tendo como sinais clínicos o abanar da cabeça, coçar a base das orelhas, corrimento auricular que pode variar de preto a castanho claro, de consistência cremosa ou seca; dor à manipulação do ouvido, pele do pavilhão auricular avermelhado e por vezes até espessado quando a inflamação é muito extensa.



Quais são as causas das otites externas ?



Existem várias causas para o aparecimento das otites externas, podendo ser de origem fúngica, bacteriana; por ácaros ou por corpos estranhos ( geralmente praganas ).





Otite bacteriana






Otite por fungos - Malassezia sp.






Otite mista por fungos e bácterias





Otite por ácaros - Otodectes cynotis






Otite por corpo estranho - pragana





Factores como má higiene do pavilhão auricular e pouca oxigenação do canal auditivo fazem com que haja acumulação de cerúmen. Este é produzido pelo ouvido em poucas quantidades e serve para proteger e hidratar o mesmo, mantendo a flora bacteriana em equilíbrio. No entanto, se houver uma acumulação de cerúmen no ouvido excessiva podemos estar a dar condições para o sobrecrescimento de bactérias, fungos e ácaros visto ser uma fonte alimento para eles , bem como a sua acumulação diminui a oxigenação do ouvido potenciando um ambiente propício para o desenvolvimento de bactérias anaeróbias.



Como se distinguem as otites externas?






As otites externas variam em função da sua causa podendo ser simples ou mistas (causas variadas). No exame físico deve-se ter em conta a avaliação do pavilhão auricular de forma a detectar sinais de inflamação ( como vermilhão, hiperqueratose ), observação do tipo de cerúmen existente e , com a ajuda de um otoscópio, avaliar o ouvido desde o canal auditivo até ao tímpano. Esta última de extrema importância pois permite a detecção de praganas ou outros corpos estranhos, bem como auxilia na visualização da extensão da lesão.



O Godo é um cão que se apresentou à consulta por ter uma inflamação do ouvido e abanar constantemente a orelha esquerda. Procedeu-se à limpeza do ouvido com produto apropriado para se observar o canal auditivo até ao timpano para verificar a extensão da lesão e presença ou não de corpos estranhos. Neste caso, o Godo, tinha uma infecção purulenta devido à agressão constante de uma pragana que tinha no ouvido. Esta foi removida e procedeu-se ao tratamento com medicação tópica.

Qual o tratamento das otites externas?

O tratamento das otites externas varia consoante a causa etiológica e grau de infecção/inflamação do ouvido. Podendo ser combinada medicação tópica, spot-on e sistémica. Em situações de otites externas crónicas que não respondem a terapêutica convencional, poder-se-à recorrer à cirurgia para a ablação do canal auditivo.
O prognóstico é geralmente bom.







Produtos tópicos utilizados em diferentes otites externas






Produtos Spot-on para tratamento de otites externas por ácaros






Cirurgia de ablação do canal auditivo




Que outros tipos de otites existem?




Existem outro tipo de otites - com a otite média e a interna - que, normalmente, resultam de otites externas mal resolvidas e distinguem-se da otite externa devido aos sinais clínicos que os animais apresentam sendo estes sobretudo de origem neurológica, já que o ouvido médio e interno estão associados a zonas cerebrais que controlam o equilíbrio.




Quais são os sinais clínicos que os animais apresentam ?

Os sinais clínicos mais frequentes são: cabeça virada para o lado afectado, o chamado “head tilt” , os animais andam aos círculos “ circling” ou podem ter um andar em frente com inclinação para o lado afectado.




Que medicação é indicada para este problema?



Quando estas situações acontecem, a medicação tópica per si pode não ser suficiente. Muitas vezes neste caso o tratamento é sistémico, com administração de anti-inflamatórios e antibióticos por via oral, ou caso os animais tenham enjoo e vómitos, poderá ser necessário a utilização de medicamentos injectáveis. A realização de um Rx poderá possibilitar a visualização da extensão da afecção, e por vezes, torna-se necessária a utilizar técnicas cirúrgicas para resolução do problema.
O prognóstico nestas situações é de reservado a bom, dependendo sempre da extensão da lesão.




O que devo fazer para evitar as otites?







Para evitar as otites é necessário tomar precauções, nomeadamente ter cuidado a quando do banho dos animais não deixar entrar água dentro dos ouvidos do cão/gato, colocando uma bola de algodão no canal auditivo e ter o cuidado de quando passa o chuveiro na orelha fazê-lo sempre com a orelha para baixos e com movimentos de cima para baixo e não o contrário. Depois do banho, recomendo sempre uma limpeza dos ouvidos com produtos de limpeza específicos para eliminar o excesso de água que possa ter entrado no ouvido.
Quando tiver a limpar os ouvidos do seu animal de estimação deve ter o cuidado de não usar cotonetes, pois poderá estar a empurrar os detritos para dentro do ouvido em vez de o estar a limpar, aumentado assim o risco de otites.



Que produtos recomenda?





Recomendo o uso de produtos de limpeza dos ouvidos pelo menos de 15 em 15 dias aos cães sem muito cerúmen e aos cães que tem os ouvidos mais sujos semanalmente. A ideia é aumentar o intervalo entre as limpezas dos ouvidos, pois quanto mais limpo for estando o ouvido maior poderá ser o intervalo entre as lavagens dos ouvidos.



Como devo efectuar essa limpeza?



A limpeza dos ouvidos é uma operação fácil de realizar em casa, e quanto mais o seu animal o fizer mais tolerá ele esta operação. Lembre-se que esta limpeza aos ouvidos é tão importante como escovar o pêlo e higiene oro-dentária.
Deve-se introduzir a cânula do produto e apertar a embalagem para entrar o líquido no canal auditivo. Massajar bem na base da orelha com movimentos circulares, ouvindo uns barulhinhos. De seguida deixe o seu cão abanar a cabeça livremente, pois nessa altura ele está a expulsar os detritos emulsionados no produto de limpeza. Por fim, passe com uma compressa ou algodão no pavilhão auricular para tirar a sujidade e excesso do produto de limpeza e, se necessário, repetir este procedimento até deixar de haver sujidade a sair do ouvido.



Quais as raças de cães que são mais sensíveis às otites?



Os cães de raça caniche ou cruzado de caniche devem ter especial cuidado com os pêlos que crescem dentro do ouvido. Regularmente devem ser arrancados e não cortados, de forma a deixarem circular o ar dentro dos ouvidos evitando assim a acumulação de cerúmen e consequente aparecimento de otites. Esta operação é um pouco dolorosa no início para o cão, mas há medida que for arrancado os pêlos, estes vão ficando mais finos e mais fáceis de tirar sendo mais tolerável pelo cão. Após o arrancamento dos pêlos aconselho, como finalização, uma limpeza do ouvido com um produto de limpeza auricular.

Atenção deve ser redobrada nos passeios dos cães na altura da Primavera/Verão quando há erva seca no campo, pois a probabilidade de voltarem com uma pragana no ouvido é muito alta!

terça-feira, julho 15, 2008

Resultados de inquérito 03/08




A resposta certa ao inquérito 03/08 onde era questionada "que doença este mosquito transmite?" tratava-se da leishmaniose, tendo a maioria acertado. A febre da carraça é transmitida pela própria carraça e a raiva é transmitida pela saliva do animal que está infectado e não por um vector.

Obrigado pela participação.

quinta-feira, julho 10, 2008

Mensagem para os utilizadores

Se tiverem algum comentário a fazer das postagens já realizadas por favor deixem o vosso comentário na postagem respectiva que assim que me for possível responderei.
Também poderão deixar aqui alguns temas que gostariam de ver abordados no blog ou ideias para melhorar o mesmo.
Já sabem: a vossa opinião conta e, por isso, conto convosco!
Filipa Branquinho DVM

Caso Clínico 10/08 - Amputação de extremidade do membro (VIII)


09/07/2008