sexta-feira, maio 04, 2012

O que Portugal tem de melhor - Cães de raça portuguesa (Perdigueiro Nacional)





UTILIZAÇÃO: Cão de Caça.
CLASSIFICAÇÃO F.C.I.: 7º Grupo (Cães de Parar) com Provas de Trabalho.
                                    Secção I - Raças Continentais.
BREVE RESUMO HISTÓRICO
O Perdigueiro Português tem origem na Península Ibérica a partir do antigo Perdigueiro Peninsular, tronco comum a outras raças de cães de parar; resulta da conjugação de um processo de adaptação ao clima, terreno e tipo de caça e de factores de selecção introduzidos pela especificidade sociocultural do povo português, que o vem criando com fins venatórios há séculos.
A sua existência está documentada em Portugal pelo menos desde o século XII. No século XIV era conhecido como "podengo de mostra" evidenciando já a possibilidade de parar perante a caça; era criado nos canis reais e da nobreza e utilizado na caça de altanaria. No século XVI, já designado como perdigueiro, era comum o seu uso pelas classes populares.
A fixação das actuais características e sua difusão por parte de um grupo de criadores e caçadores tem início no primeiro quartel do século XX.
ASPECTO GERAL
Proporções Importantes:
Cão mediomorfo, rectilíneo, tipo bracóide, robusto mas de conformação harmónica aliada a manifesta elasticidade de movimentos.
Comportamento - Carácter:
Extremamente meigo e afectivo, resistente, dotado de grande capacidade de sofrimento e entrega. Calmo e bastante sociável mas um tanto petulante para os da sua igualha. Curioso por natureza, trabalha com persistência e vivacidade. Nada egoísta, tem sempre em vista servir o caçador, com o qual mantém permanente contacto.
Cabeça:
Proporcionada de tamanho em relação ao corpo, bem conformada e harmónica nas suas dimensões, dá a impressão de maior grandeza no conjunto. Um pouco grossa, não ossuda ou empastada. Revestida de pele flácida e fina, que não deve enrugar.
Rectilínea de perfil e quadrada vista de frente, com nítida separação do chanfro e das regiões crânio-faciais. Há convergência dos eixos longitudinais superiores do crânio e chanfro.
Região craniana: Crânio quadrado, de linha superior quase plana vista de frente e ligeiramente abaulada de perfil, tem um comprimento que não deve exceder 6/10 do comprimento total da cabeça de onde um índice cefálico total de 60%.
De frente a testa é quase plana, alta, larga e simétrica, ligeiramente abaulada de perfil. Arcadas supraciliares bem desenvolvidas. Sulco frontal largo e pouco profundo. Crista occipital apenas perceptível.
Stop bem marcado (88-100º).
Região facial:
Trufa (Nariz): Em rectangularidade com o chanfro e lábio superior, de boa conformação, bem desenvolvida, narinas amplas, húmidas, de larga abertura. De cor preta.
Chanfro: Rectilíneo e horizontal, de largura igual a metade do comprimento, sendo este 4/10 do comprimento total da cabeça. Boca medianamente fendida, de mucosas irregularmente pigmentadas, deve fechar bem permitindo a normal sobreposição dos lábios superiores.
Lábios: Lábios superiores pendentes, pouco carnudos, quadrados de perfil, formando ângulo recto com a linha do chanfro, boleados na ponta em semicírculo e quando vistos de frente, formando um ângulo agudo na margem inferior; unem-se aos inferiores por comissuras flácidas e pregueadas, com cantos descaídos.
Mandíbulas/dentes: Dentição sã, correcta e completa, com articulação em tesoura.
Face: Paralelismo entre ambas. Prega retro-comissural apenas perceptível, com região parotídea cheia.
Olhos: Grandes, expressivos, com vivacidade, castanhos de tonalidade mais escura que a pelagem; ovais com tendência para arredondados, horizontais, à flor da cabeça e enchendo a órbita. Pálpebras finas e bem abertas, de pigmentação preta.
Orelhas: De inserção alta (limitada atrás pela junção cabeça - pescoço), pendentes, quase planas (um ou dois sulcos longitudinais quando atento), triangulares bastante mais largas na base que na ponta (relação 2,5 x 1) e de vértice arredondado, medianas de comprimento, pouco mais que o comprimento do crânio (15 x 11 cm). Delgadas, macias, revestidas de pêlo fino, denso e raso.
Pescoço:
Direito, ligeiramente arredondado no terço superior, de comprimento não inferior ao comprimento total da cabeça, não muito grosso e guarnecido inferiormente de curta barbela, deve ligar-se à cabeça de forma graciosa segundo uma inclinação aproximadamente de 88º e ao tórax sem apreciável transição.
Corpo (Tronco):
Linha superior: Rectilínea, subindo muito levemente da garupa ao garrote.
Garrote: Não muito alto e um pouco empastado.
Dorso: Curto, largo, rectilíneo e ligeiramente oblíquo descendente até à região lombar à qual se une sem apreciável transição. O lombo deve também ser curto, bastante largo, de forte musculatura, ligeiramente arqueado e soldar-se bem à garupa.
Garupa: Proporcional largura em relação à região lombar, conformação harmónica e um eixo de pequena obliquidade parecendo ligeiramente descaída.
Peito: Alto e largo, com boa amplitude do tórax, mais desenvolvido no sentido da altura e profundidade do que em largura, descendo ao codilho. Costelas de curvatura bem pronunciada na parte superior e de apreciável largura dando à cavidade torácica por elas circunscrita e em secção, a forma de uma ferradura unida pelas partes terminais dos ramos.
Linha inferior: Do esterno à virilha esta linha é ligeiramente oblíqua para cima e para trás proporcionando com a linha superior do tronco elegância de formas, para o que contribui um ventre de pequeno volume ligando-se à anca em arco de circunferência; a pequena distância que separa a anca da última costela, confere ao flanco um aspecto curto e cheio.
Cauda: Amputada, de modo a cobrir os genitais sem os ultrapassar, ou inteira, de tamanho médio, sem ultrapassar o curvilhão. Direita, de média inserção, grossa na base, adelgaçando gradualmente mas não muito. Bem presa, bem saída, em perfeita continuidade com a linha média da garupa. Em estação cai naturalmente, nunca entre as coxas. Em movimento, eleva-se na horizontal ou um pouco acima, mas nunca na vertical ou em foice.
Membros:
Membros anteriores: Em estação, vistos por diante, são aprumados e em perfeito paralelismo com o plano médio do corpo. De perfil, aprumos normais. Da observação em conjunto resulta uma grande estabilidade de apoio e natural facilidade de andamentos.
Espádua: Comprida, de regular inclinação, bem colocada e um pouco carnuda. Ângulo escapulo - umeral de 120º.
Braço: Junto ao tórax, o seu comprimento está em relação com a distância que separa o garrote do ombro e a obliquidade com o grau de inclinação da espádua.
Codilho: Separado do tórax pela axila, íntegro, bem descido, equidistante do plano médio do corpo, sem convergência ou divergência em relação ao peito. Ângulo úmero - radial de 150º.
Antebraço: Desligado do tronco, comprido, direito e em manifesta perpendicularidade com o chão, tanto de frente como de perfil.
Metacarpos: Em perfeita continuação com o antebraço, largos, ligeiramente oblíquos e proporcionais em comprimento.
Mãos: Proporcionais em relação ao comprimento dos membros, tendendo para o arredondado mais que para o comprido, mas sem se assemelhar ao pé de gato. Dedos bem conformados, juntos, conferindo uniformidade e solidez no apoio. Tubérculos digitais bem desenvolvidos e altos, de epiderme negra, espessa, dura e resistente. Unhas bem nascidas, duras e pretas de preferência.
Membros posteriores: Aprumados vistos por detrás; em perfeito paralelismo com o plano médio do corpo; de perfil, aprumos normais.
Coxa: Comprida, larga, musculosa. Nádega em curva mais ou menos acentuada, comprida e um pouco em relevo. Ângulo articular coxo-femural de 88º.
Joelho: Um pouco abaixo do abdómen, não muito afastado dele, babilha ligeiramente saliente e um pouco desviada para fora. Ângulo articular fémuro - tibial de 120º.
Perna: Boa direcção, de comprimento proporcional ao da coxa, a sua obliquidade deve estar relacionada com a inclinação da garupa.
Jarrete: Normalmente aberto e bem colocado, de completa integridade, largo e grosso. Ângulo articular tíbio - társico de 145º.
Metatarsos: De comprimento médio-curto, verticais, aproximadamente cilíndricos, de regular grossura e enxutos.
Pés: Idênticos às mãos mas de conformação um pouco mais alongada.
Andamentos:
Movimentos de locomoção normais, fáceis e garbosos. Polivalente na sua função e muito adaptável aos variados terrenos, climas e tipos de caça, alterna o galope de suspensão simples e o trote largo, fácil, cadenciado.
Pelagem:
O pêlo deve ser curto, forte, bem assente, pouco macio e denso, distribuído naturalmente por todo o corpo e quase por igual, excepto nas axilas, virilhas, terços e bragadas, em que se apresenta mais disperso e mais macio. Torna-se fino e raso na cabeça e principalmente nas orelhas, que dão a sensação de aveludadas.
Não tem pelugem.
Cor:
Amarela nas variedades clara, comum e escura, unicolor ou malhada de branco na cabeça, pescoço, peito e calçado.
Altura e peso:
Machos: 56cm +/- 4cm; 20-27 Kg
Fêmeas: 52cm +/- 4cm; 16-22 Kg


Fonte: A.P.P. - Associação do Perdigueiro Português 

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