sexta-feira, agosto 08, 2008

Demodecose canina ou sarna demodécica




A demodecose canina é uma doença parasitária da pele e pêlo dos cães causada pelo ácaro da família Demodex sp. que habita no folículo piloso.


Quando é que o meu cão está mais exposto?

Existem 2 alturas onde há maior exposição: na altura em que o cão ainda é cachorro e o ácaro é transmitido pela mãe aquando a amamentação, aparecendo os primeiro sinais nos lábios, à volta do nariz, focinho e orelhas; ou em adultos quando existe uma quebra da imunidade do animal – por exemplo stress, mudança de ambiente/dono, febre, doença interna debilitante como: hipotiroidismo, hiperadrenocorticismo, neoplasia, leishmaniose ou tratamento imunossupressores como a quimioterapia.

Que tipos de demodicose existem? Quais os seus sinais clínicos?

Existem 2 formas de demodecose: uma forma localizada e outra generalizada.

A forma localizada ocorre normamente em cachorros entre os 3 e os 6 meses de idade apresentado uma ou várias lesões circunscritas, eritematosas sem pêlo ao nível do focinho, à volta dos olhos, na margem das orelhas, bordos dos lábios e no nariz, bem como ao nível dos membros. Esta forma normalmente tem um curso benigno e cura-se facilmente através da aplicação tópica de acaricidas e o pêlo cresce passado 30 dias.

Na forma generalizada deve-se diferenciar, por sua vez, em demodecose generalizada em cachorro ( sendo a idade mais propício para o seu aparecimento entre os 3 meses e os 18 meses de idade ) e em adultos ( a partir dos 2 anos de idade sendo muito mais difícil de tratar).

Designa-se demodecose generalizada quando afecta a face e pelo meonos 2 membros. As lesões são de seborreia intensa, aumento dos gânglios periféricos, piodermatite secundária, foliculite profunda com exsudado e crostas. A seborreia generalizada é mais frequente em cães de raça pura.

Como se faz o diagnóstico da demodecose?

O diagnóstico mais viável para a detecção de ácaros da família Demodex sp. através de uma raspagem profunda – até sangrar, pois o demodex habita no folículo piloso, que se localiza numa camada profunda da pele, onde passam vasos sanguíneos.

A observação ao microscópio das várias formas do ácaro ( ovo, ninfa, ácaro adulto ) e em grandes quantidades do mesmo na raspagem, considera-se o resultado positivo.

Como se trata a demodecose?

O tratamento e estratégia a tomar varia de situação para situação, sendo o veterinário assistente o seu maior aliado.
No caso da demodecose localizada a aplicação de uma pipeta acaricida poderá resolver o problema. No entanto, no caso da demodecose generalizada o tratamento torna-se um desafio para o veterinário.

Ter em atenção que no caso da demodecose generalizada em adulto, devendo-se proceder à identificação e tratamento das doenças subjacentes que o animal tem e que lhe fez baixar a imunidade e, no caso da quimioterapia, dever-se-à baixar as doses ou até mesmo realizar pausas maiores entre sessões. Só assim, com a causa primária controlada é que o tratamento para a demodecose se torna mais eficaz, tratando-se da mesma forma a forma generalizada juvenil.

Existem várias estratégias para travar o demodex. Banhos com amitraz diluído, comprimidos de milbemicina oxima em doses altas, injecções de ivermectina e aplicação tópica de pipetas acaricidas. Só o seu veterinário assistente poderá ver qual o tratamento se adequa melhor para o caso do seu animal pois existem muitos factores que podem ser proibitivos para o uso de alguns tratamentos em determinadas raças de cães, tamanho toy, zona a tratar e custo de cada tratamento.

Independentemente da decisão do acaricida a usar, o seu veterinário assistente poderá adicionar à terapêutica: antibióticos ( para piodermatites secundárias), anti-histaminicos ( para a comichão), anti-inflamatórios ( mas nunca cortisona), estimuladores da imunidade, banhos com peróxido benzoilo ( seborreia ) ou pipetas anti-seborreias, ácidos gordos ómega 3 e 6, zinco, selénio, vitamina A para regeneração mais rápida da pele e do pêlo ( com a duração de 1 mês).

A demodecose pode se transmitida às pessoas? E os meus outros cães , também podem apanhar se tiverem em contacto com ele?

A demodecose canina não é transmitida nem às pessoas nem a outros cães, é uma doença intrínseca do cão e da quebra da imunidade geral do mesmo.


Como evitar a demodecose canina?


Boas práticas de higiene das instalações e das mães dos cachorros, devendo estar bem vacinadas e desparasitadas diminuindo o risco de transmissão aos filhotes de forma drástica. Estas normas também se aplicam aos cães adultos

E os gatos, também podem ter sarna demodécica?

Sim, mas o tratamento acaricida deve ser adaptado aos gatos, já que eles são muito sensíveis a alguns tratamentos que para os cães são inofensivos.

2 comentários:

Anónimo disse...

Olá gostaria de saber se a sarna demodecica também acontece com gatos?
e se ela só é transmitida hereditariamente
meu e-mail
eu_sande@hotmail.com
obrigada

[Jornal-FrindsHotel] disse...

meu nome e liliam, tenho uma cadela pitt bull de 4 meses, e ela esta c demodex generalizada, estou fazendo o tratamento, e n estou vendo melhoras, que faço?